Gabinete
na Assembleia, casas de deputados e escritório em Brasília foram
"visitados" por agentes policiais
A
Delegacia Fazendária e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime
Organizado) deflagraram na manhã desta segunda-feira (18) a "Operação
Beberé" para apurar fraudes no Detran de Mato Grosso. Entre os alvos, está
o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Eduardo Botelho
(PSB), e o também deputado estadual Mauo Savi (PSB).
A
casa de Botelho no bairro Bosque da Saúde e seu gabinete no parlamento estadual
são alvos da operação. Ainda há outros alvos não confirmados.
Ainda
estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão no edifício Campo Dourique,
no bairro Santa Rosa. No local, reside o deputado estadual Mauro Savi, que
também teve fortes ligações com o Detran na gestão passada.
Em
Brasília, o escritório da empresa EIG Mercados seria um dos alvos da operação.
A operação tem como base a delação do ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira
Lopes, o "Doia". A delação foi firmada há cerca de dois anos, mas
somente neste ano foi homologada pelo Tribunal de Justiça.
ESQUEMA
Nos
depoimentos aos promotores de Justiça e delegados da Polícia Civil, Dóia teria
dado detalhes sobre os bastidores dos supostos esquemas, citando valores de
propinas, como e onde o dinheiro era sacado, nomes de quem as recebiam e
destinatários finais. Um dos contratos que teria fraudes é o firmado com a
emoresa FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de
Documentos Ltda. (atual EIG Mercados Ltda.), responsável pelo registro de financiamentos
de contratos de veículos, necessário para o primeiro emplacamento, e que
estaria no epicentro de um dos esquemas.
Volumes
milionários de dinheiro teriam em tese saído da FDL, em forma de propina, e
alimentado uma organização criminosa desde 2009. O irmão do ex-governador
Silval Barbosa, empresário Antonio Barbosa, em delação premiada junto a
Procuradoria Geral da República, também entregou o esquema. Ele admitiu ter
recebido propina relativo ao contrato com a EIG Mercados.
O
esquema rendia cerca de R$ 1 milhão por mês de propina. O dinheiro era sacado
numa agência do Banco do Brasil no Distrito Industrial, em Cuiabá.
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